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Foto do escritorEduardo Galvão

ESG, capitalismo de stakeholder e o impacto nas redes



Por Roberta Moreno*

Não é novidade que muitas empresas buscam atuar com responsabilidade social e ambiental, valorizando também a adoção de práticas justas e transparentes na administração interna. O que pode surpreender alguns é que esse posicionamento tem nome: ESG. ESG é uma sigla que, em inglês, significa environmental social e governance. Ela define um conjunto de práticas e métricas para que empresas mitiguem seu impacto ambiental, atuem com transparência e contribuam para a construção de um mundo mais justo.


Por exemplo, empresas que seguem práticas ESG atuam na gestão sustentável de resíduos, controlam a emissão de carbono, prezam pela diversidade de suas equipes, respeitam as leis trabalhistas e adotam mecanismos internos de compliance, entre outras possíveis combinações de ações. Sob os títulos de “ambiental”, “social”, e “governança”, empresas implementam medidas que refletem seus valores e têm impacto real em seu entorno.


O conhecimento geral sobre as práticas ESG aumentou no Brasil. Como mostra o Gráfico abaixo, as buscas no Google pela sigla seguem tendência de crescimento desde 2020. Seja para a decisão de investir, seja para a decisão de consumir, a atuação responsável das empresas é uma informação que os brasileiros têm buscado cada vez mais.

O aumento do interesse pelas práticas ESG é resultado de duas tendências já delineadas no meio corporativo. Em primeiro lugar, é sabido que uma parte crescente da população tem vinculado suas decisões de consumo aos valores e à atuação responsável de marcas e empresas. Em segundo lugar, nota-se que fundos e pequenos investidores têm optado por direcionar aportes a empresas que adotam práticas ESG.


Por essas razões, ESG não é apenas uma estratégia de mitigação de impacto, mas uma forma de atrair bons resultados financeiros e maior rentabilidade a longo prazo.


A análise do debate sobre ESG nas redes sociais brasileiras traz informações relevantes sobre o desenvolvimento do tema. Entre os dias 2 de maio e 2 de junho de 2021, a plataforma de Social Listening da A_Estratégia monitorou o uso de termos relacionados a ESG em três redes sociais: Twitter, Youtube e Facebook. Nesse período, o número total de publicações únicas (volume) foi 2.462, com um alcance potencial de 41 milhões de pessoas. A rede social que concentrou as manifestações foi o Twitter, com 75,79% do total de publicações. O Youtube aparece em segundo lugar, com 16,25%, seguido do Facebook, com 7,92% das publicações.



O interesse por práticas ESG nas redes sociais brasileiras tem sido puxado principalmente pelas publicações de grandes veículos de imprensa, como Exame, O Globo, Folha de São Paulo e Estadão. Para além dos veículos de imprensa, os principais influenciadores desse debate são os próprios perfis das empresas, que em maioria buscam divulgar iniciativas de responsabilidade corporativa.


Empresas influenciadoras






Ao movimentarem o debate sobre práticas ESG nas redes sociais, perfis influentes contribuem para aumentar o conhecimento dos consumidores sobre o tema. Desse modo, cria-se um ciclo virtuoso em que práticas de responsabilidade corporativa são debatidas, difundidas e incentivadas nas redes sociais brasileiras. Nesse contexto, a adoção de práticas ESG por empresas de diferentes ramos se mostra uma estratégia promissora para corresponder às expectativas de stakeholders: não só investidores, mas também consumidores.

* Roberta Moreno é sócia da A_Estratégia, Mestre em Cooperação Internacional e Desenvolvimento na América Latina pela Universidade Rey Juan Carlos. Especialista em “Estratégias em Liderança para Eficácia na Gestão Pública” pela Harvard Kennedy School. Participou do programa Global Advocacy and International Lobbying pela George Washington University. Dedica-se aos estudos de Behavioral Science e sua aplicação para solucionar desafios sociais e corporativos.


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